ANNE RICE E "AS CRÔNICAS VAMPIRESCAS"

Quem não se lembra de Tom Cruise e Brad Pitt protagonizando os belíssimos vampiros Lestat e Louis, no célebre filme "Entrevista com o vampiro"? Esse filme é uma adaptação fiel do romance de Anne Rice, que escreve crônicas vampirescas, todos narrados em primeira pessoa pelo personagem central. Quem dera todos os seus livros fossem adaptados para o cinema. Além de "Entrevista com o vampiro", também foi filmado "A rainha dos condenados", infelizmente, o segundo nem de perto traz os elementos do livro com tanta fidelidade e consequentemente, se tornou um belo fracasso.

O Blog disponibiliza, a partir de amanhã "Memnoch", história surpreendente contada pelo mais famoso de seus vampiros: Lestat, onde é perseguido pelo próprio Demônio (Memnoch) para levá-lo de volta aos dias da crucificação de Jesus. O Livro é eletrizante. Passo a escrever abaixo, o prólogo do livro que amanhã estará disponível para download. Desejo a todos, boa leitura!


"MEMNOCH - CRÔNICAS VAMPIRESCAS" - PRÓLOGO

Sou Lestat. Você sabe quem eu sou: Nesse caso, pelu os parágrafos seguintes. Para aqueles que ainda não conheço, quero que este encontro seja amor à primeira vista.

Veja! Seu herói até o fim, uma perfeita imitação de um anglo-saxão louro, de olhoso azuis e um um metro e oitenta de altura. Vampiro, e um dos mais poderosos com quem você poderá um dia se deparar. Minhas presas são pequenas demais para serem notadas a mesnos que eu assim assim deseje; porém são muito afiadas, e eu não consigo passar mais do que algumas horas sem querer sangue hunano.

É claro que não preciso dele com tanta frequência. E exatamente com que frequência preciso, não sei porque nunca fiz o teste.

Tenho uma força monstruosa. Posso levantar vôo. consigo ouvir a conversa das pessoas do outro lado da cidade, ou mesmo do globo terrestre. Leio o pensamento. Sei enfeitiçar.

Sou imortal. Não envelheço desde 1789.

Sou um ser único? De modo algum. Há cerca de outros vinte vampiros no mundo, dos quais tenho conhecimento. A metade deles conheço intimamente. E a metade desses eu amo

Somem-se a isso para mais de duzentos vagabunos desconhecidos dos quais nada sei, mas de quem ouço falar ocasionalmente. E de quebra outros mil imortais cheios de segredos, que perambulam por aí disfarçados de humanos.

Homens, mulheres, crianças - qualquer ser humana pode ser tornar um vampiro. tudo o que pé necessário é um vampiro disposto a propiciar a transformação, a lhe sugar a maior parte do sangue e depois deixar que ele volte para a pessoa, misturado com o seu próprio. Não é tão simples assim; mas, se a pessoa sobreviver, viverá para sempre. Enquanto for jovem terá uma sede insuportável e provavelmente precisará matar todas as noites. Quando estiver com mil anos, dará a impressão de ser sábio a quem o vir ou ouvir, mesmo que tivesse sido apenas uma criança no início; e irá continuar a matar e a beber por não resistir, quer continue a precisar disso quer não.

Aquele que viver mais que isso, e alguns vivem, quem sabe? Esse ficará mais forte, mais branco, ainda mais monstruoso. Terá tanto conhecimento do sofrimento que atravessará rápidos ciclos de crueldade e benevolência, perspicácia e insana cegueira. É provável que enlouqueça. E volte à sanidade. Depois, pode acabar se esquecendo de quem é.

Eu próprio sou uma combinação do que há de melhor na juventude e na velhice vampiresca. Com apenas duzentos anos de idade, por vários motivos foi-me concedida a força dos antigos. Tenho uma sensibilidade moderna, mas o gosto impecável de um aristocrata morto. Sei exatamente quem sou. Sou rico. Sou belo. Consigo ver minha imagem refletida nos espelhos. E nas vitrines. Adoro cantar e dançar.

O que é que eu faço? Qualquer coisa que me agrade.

Pense bem nisso. É o suficiente para fazer com que queira ler minha história? Talvez você tenha lido minhas histórias de vampiro antes.

E o que é interessante é que, neste caso, não importa que eu seja um vampiro. Não é tão essencial assim para a história. É apenas um dado, como meu sorriso inocente, minha voz ronronante com sotaque francês e meu jeito gracioso de andar lépido pela rua. Faz parte do pacote. No entanto, o que aconteceu aqui poderia ter acontecido com qualquer ser humano. Na verdade, sem dúvida já aconteceu com humanos, e voltará a contecer.

Nós temos alma, você e eu. Queremos conhcer tudo. Dividimos a mesma terra, rica, verdejante e cheia de perigos. Não sabemos, nenhum de nós dois, o que significa morrer, por mais que possamos afirmar o contrário. É óbvio que, se soubéssemos, eu não estaria escrevendo este livro e você não o estaria lendo.

O que tem enorme importância, já que estamos entrando juntos nesta história, é que eu me propus a missão de ser um herói neste mundo. Eu me considero moralmente complexo, espiritualmente sólido e esteticamente pertinente, um ser de um impacto e uma visão candentes, um sujeito que tem muito a dizer.

Portanto, se você for ler este livro, que seja por esta razão - que Lestat está falando mais uma vez, que ele está assustado, que está procurando desesperadamente pela lição, pela canção e pela raison d'être, que ele quer compreender a sua própria história e quer que você a compreenda; e que esta é a melhor história que ele no momento tem para contar.

Se isto não bastar, leia outro livro.

Se bastar, prossiga com a leitura. Acorrentado, ditei estas palavras a meu amigo e meu escriba. Venha comigo. Quero só que me escute. Não me deixe sozinho.


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